1- Na sua opinião, por que jovens artistas ainda têm interesse em participar de salões?
Eu acredito muito na idéia de que: grande parte das renovações - sejam elas no esporte, nas artes, ou no que quer que seja – nascem da mente inquieta da juventude. Mas, infelizmente, os artistas da minha geração parecem ter como principal interesse entrar para essas exposições para elevar o seu prestígio ou para acrescentar os nomes das instituições de peso no currículo e em seguida conseguirem exposições maiores. Os salões deveriam ser espaços de guerra, um campo aberto para que os artistas participantes duelassem mais, dialogassem mais, debatessem mais. Já que, mostrar trabalho eu posso mostrar no Facebook e toda a comunidade artística vai ver...eu só não vou ter um carimbo de uma galeria.
2- Qual a importância para você em colaborar com um projeto como Novíssimos? O que isso agrega (ou agregaria) para sua formação e para sua trajetória artística?
O trabalho que eu criei para o Novíssimos foi justamente com o objetivo de saber se teria alguma galeria disposta a falar abertamente sobre esses assuntos ligados ao acesso à arte e ao seu circuito, que sempre se mostrou como um grupo fechado. Não espero nada de salões há muito tempo, a grande maioria deles não dá um centavo sequer para o artista produzir um trabalho legal, a divulgação é meio tímida ainda, não há encontros com os artistas antes do vernissage, nem durante a montagem, nem depois que a exposição encerra. A minha trajetória artística depende de um diálogo que eu deveria ter com a sociedade, porque meu trabalho é criado a partir das impressões que eu tenho dela. Para ouvir se estou desenhando certo ou errado, vou pra faculdade. O salão é um evento público, é para a cidade usufruir. É só quem usufrui é o próprio circuito de arte.
Acho desnecessária a grande quantidade de artistas por salão, expondo no máximo dois trabalhos, se eles próprios nem se conhecem e se encontram na abertura só para socializar, desperdiçando um momento único para um bom debate. Não há Amizade nem Rivalidade, como vejo em outros campos da cultura ou no esporte. Acho esse espírito fundamental para a superação dos nossos próprios limites, para as renovações.
3- Como ficou sabendo das inscrições? Já conhecia o Salão ou a Galeria Ibeu?
Amigos, Mapa das Artes, Canal Contemporâneo. O Novíssimos é um salão muito conhecido aqui no Rio de Janeiro.
4- De que modo o(s) trabalho(s) exposto(s) na Galeria pode(m) ser compreendido(s) em relação a sua produção, vista em conjunto?
Como eu estou expondo um trabalho que é uma espécie de manifesto, ele não tem muito a ver com o resto da minha produção. Ele tem muito de mim, que tenho um pé atrás com essa estrutura do circuito de arte. Certos detalhes como esse comportamento artificial das pessoas, até acabam criando uma relação com as outras coisas que eu faço...
5- Poderia falar um pouco sobre seu processo investigativo?
...pois, meu trabalho fala das coisas artificiais.
Eu acredito muito na idéia de que: grande parte das renovações - sejam elas no esporte, nas artes, ou no que quer que seja – nascem da mente inquieta da juventude. Mas, infelizmente, os artistas da minha geração parecem ter como principal interesse entrar para essas exposições para elevar o seu prestígio ou para acrescentar os nomes das instituições de peso no currículo e em seguida conseguirem exposições maiores. Os salões deveriam ser espaços de guerra, um campo aberto para que os artistas participantes duelassem mais, dialogassem mais, debatessem mais. Já que, mostrar trabalho eu posso mostrar no Facebook e toda a comunidade artística vai ver...eu só não vou ter um carimbo de uma galeria.
2- Qual a importância para você em colaborar com um projeto como Novíssimos? O que isso agrega (ou agregaria) para sua formação e para sua trajetória artística?
O trabalho que eu criei para o Novíssimos foi justamente com o objetivo de saber se teria alguma galeria disposta a falar abertamente sobre esses assuntos ligados ao acesso à arte e ao seu circuito, que sempre se mostrou como um grupo fechado. Não espero nada de salões há muito tempo, a grande maioria deles não dá um centavo sequer para o artista produzir um trabalho legal, a divulgação é meio tímida ainda, não há encontros com os artistas antes do vernissage, nem durante a montagem, nem depois que a exposição encerra. A minha trajetória artística depende de um diálogo que eu deveria ter com a sociedade, porque meu trabalho é criado a partir das impressões que eu tenho dela. Para ouvir se estou desenhando certo ou errado, vou pra faculdade. O salão é um evento público, é para a cidade usufruir. É só quem usufrui é o próprio circuito de arte.
Acho desnecessária a grande quantidade de artistas por salão, expondo no máximo dois trabalhos, se eles próprios nem se conhecem e se encontram na abertura só para socializar, desperdiçando um momento único para um bom debate. Não há Amizade nem Rivalidade, como vejo em outros campos da cultura ou no esporte. Acho esse espírito fundamental para a superação dos nossos próprios limites, para as renovações.
3- Como ficou sabendo das inscrições? Já conhecia o Salão ou a Galeria Ibeu?
Amigos, Mapa das Artes, Canal Contemporâneo. O Novíssimos é um salão muito conhecido aqui no Rio de Janeiro.
4- De que modo o(s) trabalho(s) exposto(s) na Galeria pode(m) ser compreendido(s) em relação a sua produção, vista em conjunto?
Como eu estou expondo um trabalho que é uma espécie de manifesto, ele não tem muito a ver com o resto da minha produção. Ele tem muito de mim, que tenho um pé atrás com essa estrutura do circuito de arte. Certos detalhes como esse comportamento artificial das pessoas, até acabam criando uma relação com as outras coisas que eu faço...
5- Poderia falar um pouco sobre seu processo investigativo?
...pois, meu trabalho fala das coisas artificiais.