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NOVISSIMOS 2014 - Atualização

A Comissão Cultural do Ibeu informa que os artistas selecionados para a segunda fase do Salão NOVISSIMOS 2014 serão comunicados por email, conforme item 3.2 do Edital, APENAS a partir do dia 30 de abril. Agradecemos a compreensão.


O VERSO - ANA HUPE


A Galeria de Arte IBEU inaugura no dia 15 de abril, às 19h, duas individuais simultâneas dos artistas Ana Hupe e Jonas Arrabal, com curadoria de Bernardo Mosqueira e Fernanda Lopes, respectivamente. Os artistas foram selecionados através do edital do Programa de Exposições Ibeu. As exposições ficarão abertas ao público de 16 de abril a 16 de maio, com visitação das 13h às 19h, de segunda a sexta-feira, na Av. N. Sra. de Copacabana, 690 | 2º andar. A entrada é franca.

A exposição O Verso, de ANA HUPE, alcança o horizonte, vai atrás da linha que sugere o infinito entre o mar e o céu. É sobre a escrita e o nado, sobre como construir uma caverna kafkiana para si no século XXI, sobre como escrever sem palavras. Tecendo relações entre o universo que rodeia os livros, a paisagem e a água, O Verso reúne um projeto instalativo com aparas de livros, uma canoa e a linha do horizonte inversa, vista das Ilhas Cagarras, da cidade do Rio de Janeiro, escrita e reescrita nas paredes.

Para Bernardo Mosqueira, curador dessa exposição: “Na parede, linhas repetem o horizonte que, agora, é verso. Como ondas, como pautas de um caderno, como códigos de uma escrita, há, sobre o branco, o azul do papel carbono formando uma ode à própria escrita e à sua relação com a vida como modo de inscrição sobre a superfície terrestre. Sobre as linhas, um conjunto de fotografias, serigrafias, objetos e outros tipos de anotações importantes para uma associação entre nadar, estar no mar, estar só, meditar e escrever como processo singular de elaboração do mundo e de estar no mesmo. Essa exposição vem mostrar que há tipos de dança que ensinam a beleza da solidão que nos é tão ontológica quanto a angustia, o desamparo, a morte e o tesão... O interessante é que falamos da escrita, mas os textos de Ana Hupe não aparecem por aqui. Ela escreve muito, mas corta tudo depois. Segundo ela “prefiro não”. Mas está lá: “Escrever teria alguma coisa a ver com uma solidão essencial”.


Ana Hupe nasceu no Rio de Janeiro, 1983. Vive no Rio de Janeiro. Doutoranda em Linguagens Visuais pela EBA - UFRJ,  mestrado em Artes pela UERJ. Integrou o coletivo Opavivará de 2009 a 2013. Atualmente dá aulas no curso de Artes Visuais da EBA - UFRJ, de oficina de criação 3D. Em 2014, participa da mostra Performatus 1, na Central Galeria de Arte, SP; de residência com o fotógrafo de performance Manuel  Vason, na Casa do Sol, Instituto Hilda Hilst, Campinas, SP; de exposição no evento “Premiére Vision”, São Paulo. Em 2013, foi uma das artistas premiadas no Edital de Honra ao Mérito Arte e Patrimônio, do Iphan, com exposição a ser realizada no Paço Imperial RJ, em 2014; faz livro exposto no projeto Cartonera Caraatapa, na galeria A Gentil Carioca; participa de exposição coletiva na galeria TAL, na Fábrica da Bhering; publica nas edições 25 e 26 da revista Arte & Ensaios, do programa de Pós Graduação em Artes Visuais da EBA-UFRJ; passa um mês em residência no La Ene, Buenos Aires, onde desenvolve trabalhos expostos na mostra individual "Mirar intensamente las palabras hasta que desaparezcan”; apresenta trabalhos no Espaço Cultural Sergio Porto, Rio de Janeiro; publica artigo na revista GAMA, da Universidade de Belas Artes de Lisboa, onde apresenta performance.

SINFONIA TEMPO - JONAS ARRABAL



No dia 15 de abril inauguramos a individual sinfonia tempo, de JONAS ARRABAL, artista selecionado através do edital do Programa de Exposições Ibeu. A mostra, que acontece na Galeria de Arte Ibeu, estará aberta à visitação de 16 de abril a 16 de maio, das 13h às 19h, de segunda a sexta-feira, na Av. N. Sra. de Copacabana, 690 | 2º andar. A entrada é franca.

JONAS ARRABAL apresenta sinfonia tempo, com dois trabalhos inéditos, desenvolvidos especialmente para a exposição na Galeria IBEU. Théatron #1 é uma "piscina" de tábua (que também se assemelha a uma palco), revestida de fibra de vidro. Nesse urdimento (semelhante aos utilizados no teatro, que ficam sobre o palco), oito refletores estarão pendurados e permanecerão apontados para dentro da piscina, que terá água do mar. “Para esse trabalho fiquei pensando na ideia de representação. Nesse palco/piscina que quero construir dentro da galeria algo acontece potencialmente ali dentro: o calor dos refletores fará, com o tempo, que a água desapareça e torne evidente o sal, que antes estava diluído pela água. Penso muito nessas questões de trabalho em relação ao tempo, na transformação (ou possibilidade), na necessidade do desaparecimento para surgimento de outra coisa (relação entre a água e o sal), na ideia de impermanência (que estaria também relacionado com uma ideia de tempo). Em muitos trabalhos há uma tentativa de tornar o tempo visível, através dos processos”, diz o artista.

Deus ex Machina trata-se de uma projeção de um filme em que escrevi o roteiro e editei.  Nesse roteiro eu travo uma conversa com o que eu chamo de máquina, uma espécie de oráculo. Desde que comecei a trabalhar com o vídeo, questões como tempo e imagem se tornaram evidentes. Pois, a partir do momento em que trabalho com tempo me permito livremente afirmar que trabalho com escultura. Não penso na escultura enquanto um objeto final, definido, estático, tal qual a escultura tradicional, onde o artista usando uma ferramenta retira o excesso de pedra, bruta, por exemplo, dando forma a um objeto. Mas que na manipulação do vídeo, no processo de edição, estou manipulando o tempo, na semelhança entre o processo de edição e o processo de escultura, onde se elimina o excesso, até o resultado final ser o corpo desejado.

A curadora Fernanda Lopes diz: “Na exposição sinfonia tempo Jonas Arrabal apresenta dois trabalhos inéditos. Na instalação Théatron #1 (2014) o artista monta na galeria uma piscina de madeira medindo 220 x 480 cm e com 5 cm de altura, e um urdimento do mesmo tamanho, pendurado no teto, a uma altura de cerca de 1m do chão. Os oito refletores pendurados no urdimento permanecerão apontados para o chão, dentro da piscina/palco, que terá água do mar. Ao longo do tempo da exposição, a água vai evaporar, deixando apenas o sal, antes invisível por estar diluído na água. Já o vídeo Deus ex Machina (2014) tem como ponto de partida uma peça escrita pelo próprio artista há alguns anos. Reescrito, o roteiro apresenta a conversa de um homem com uma espécie de oráculo, que chama de máquina. Às perguntas que o homem faz em voz alta, o oráculo responde através das legendas do filme. Nessa conversa ficam claros temas como o tempo, a permanência ou impermanência, e a ideia de representação – e assim referencias às artes visuais e ao teatro (que também se faz presente no título do vídeo. Deus ex machina é uma expressão latina vinda do grego "ἀπὸ μηχανῆς θεός" (apò mēchanḗs theós), significa literalmente "Deus surgido da máquina" e é utilizada para indicar uma solução inesperada, improvável e mirabolante para terminar uma obra de ficção ou drama.


Jonas Arrabal é natural de Cabo Frio. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. É mestrando em artes visuais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e atualmente cursa o programa de Aprofundamento da Escola de Artes Visuais do Parque Lage.  Sinfonia tempo é a terceira individual do artista. Entre as principais exposições, se destaca: 42º Salão Novíssimos (Galeria IBEU, 2012), As Horas Não Passam para as Pessoas Felizes (Casamata, 2012), Hipotética (Largo das Artes, 2013) e Deslize (MAR - Museu de Arte do Rio, 2014).