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Antebraços, de Stella Margarita | olho d'água, de Juliana Borzino

Galeria de Arte Ibeu inaugura duas exposições simultâneas:  “olho d’água” e “Antebraços”. Vencedoras de NOVÍSSIMOS 2017, carioca Juliana Borzino e uruguaia Stella Margarita dividem o espaço.

Abertura: 4 de setembro, às 18h30   

A Galeria de Arte Ibeu se despede de Novíssimos 2018 e dá lugar, no dia 4 de setembro, às 18h30, a duas exposições simultâneas: “olho d’água” e “Antebraços”, de Juliana Borzino e Stella Margarita, artistas premiadas pela Comissão Cultural do Ibeu pelos melhores trabalhos no Salão de Artes Visuais do ano passado. As mostras têm curadoria de Cesar Kiraly e ficam disponíveis até 28 de setembro.



Em “olho d’água”, Juliana Borzino apresenta uma montagem de fragmentos que formam constelações através de colagens, fotografias e vídeo. Imagem e escrita se encontram em encruzilhadas e buscas quase arqueológicas entre memória, corpo, imaginação e sonho. São tentativas de movimentar e criar dinâmicas que visam transformar leituras fixas normativas e documentais em reinvenções da linguagem. 

“A artista apresenta atlas de colagens em que, com recortes, frases e fitas adesivas, desenvolve fascinante pesquisa sobre a matéria onírica recolhida no seu dia a dia. As paredes são tomadas por tais pequenos pedaços de papel que acabam por formar juntos um grande sonho”, comenta Cesar Kiraly.

“Além disso, é apresentado um vídeo incessante de ondas em dobras chegando à praia. As imagens do olho e do umbigo do sonho se complementam com fonte interpretativa para o que poderia ser dito uma boreal de momentos da percepção profunda”, completa o curador.




A uruguaia Stella Margarita tem seu trabalho permeado pela “anonimização” dos corpos e espaços pintados, na mostra “Antebraços”. Com raras exceções, os rostos aparecem apagados, flagrados em ângulos irreconhecíveis, ou nem mesmo aparecem, ainda que a figura humana se mantenha onipresente.  Os espaços também se mostram indefinidos. No entanto, apagar as identidades das pessoas não significa um tratamento puramente formal das pinturas, pois a dimensão humana permanece central nas obras da artista. .

“Considero como central a influência de Anne Imhof e suas performances que falam das diferentes dimensões do poder e resistência dos corpos. Uma questão central em meus trabalhos é conseguir captar forças, forças essas que movem o ser humano: ao controle externo, ao trabalhar, ao amar, à morte ou a seu oposto, o cuidado”, analisa Stella Margarita. 

“Ao apagamento das identidades e geografias, contraponho uma exuberância no uso das cores, modo pelo qual enfatizo estas forças em ação. Nas imagens retratadas são apresentadas cenas de controle e violência, os personagens se mostram plácidos, como se absorvessem resignadamente as exigências de resistir ou a necessidade de cuidar”, finaliza a artista.