REVOADA
ANNA PAOLA PROTASIO
Artista estabelece um contraponto do material (lixas de pintura) e a poética de asas indo ao encontro de uma esperança quase que inatingível.
Abertura: 10 de novembro de 2016 (quinta-feira), às 19h
Exposição: 11 de novembro a 16 de dezembro de 2016, de segunda a sexta, de 13h às 19h
Curadoria: Cesar Kiraly
No dia 10 de novembro, às 19h, será aberta a individual Revoada, de Anna Paola Protasio, artista selecionado através do edital do Programa de Exposições Ibeu. A mostra, que acontece na Galeria de Arte Ibeu, estará aberta à visitação de 11 de novembro a 16 de dezembro, das 13h às 19h, de segunda a sexta-feira, na Av. N. Sra. de Copacabana, 690 | 2º andar. A entrada é franca.
Revoada, instalação com lixas de pintura e desenhos, ocupará todas as paredes da Galeria Ibeu. Poderemos ver, também, uma escultura-mobile em cerâmica, uma instalação com arame e madeira, além de uma ação poética no dia da inauguração. Com curadoria do crítico de arte Cesar Kiraly, a mostra explicita o diálogo que Anna Paola Protasio estabelece com a aspereza do material (lixas de pintura) e a poética de asas de pássaros (desenhos gráficos) indo ao encontro de uma esperança quase que inatingível.
Essa é a 13ª individual da artista, que trabalhou 20 anos com arquitetura e design de móveis. Com especializações em desenho e história da arte, desde 2006 se dedica às Artes Visuais.
Nas palavras do curador da Galeria Ibeu, Cesar Kiraly: “As paredes são tomadas. A imaginação aqui persevera e somos revestidos pela matéria áspera. Se há oposição? Ora, não é o liso ou o estriado, mas relevos muito pequenos organizados na pequena ofensa à ponta dos dedos cuidadosos. Para se mover nessa realidade é preciso desprezar a dor. Protasio precipita a superfície negra por todas as paredes, mesmo a coluna estrutural é envolvida. Há algo bem ameaçador nesse ambiente de lixas apontadas contra o mundo. Se viradas noutra direção, se friccionadas com alguma vontade, reduziriam todas as imperfeições a pó. Se investíssemos contra elas, certamente seríamos interrompidos por gotas de sangue. Sangraríamos antes de podermos vencer a agrura representada por essa forma de céu. Apesar de tudo isso, mesmo desafiando as chances, pássaros dourados cruzam o horizonte”.
Segundo a crítica de arte e curadora Marisa Florido Cesar, Anna Paola transparece em sua obra a herança construtiva da arte. Entretanto, continua Marisa, “a artista introduz na abstração e rigor da geometria, elementos sensíveis que vêm perturbar a rigidez das estruturas e a vontade de ordem e de universalidade da tradição construtiva. Muitos de seus trabalhos são erigidos com objetos saqueados do cotidiano e esvaziados de sua função utilitária, neste caso, ela utiliza lixas que são usadas para pintura de parede. Deslocados para o universo da arte, tais objetos repetidos e reestruturados, ou unitários, agigantados ou diminutos, pesados ou frágeis, compõem um repertório poético visual de sonhos e dores, ficções e memórias, solidão e temores. Revelam, enfim, entre o cálculo estrutural e o inesperado dos afetos, a insustentável leveza dos dias e dos seres”.
Anna Paola Protasio já fez exposições individuais em museus e centros culturais do Rio de Janeiro como Museu Nacional de Belas Artes, Casa França Brasil e Centro Cultural dos Correios e, na capital de São Paulo, no Mube, Museu Brasileiro da Escultura em 2012, além dos Sescs das cidades de Bauru, São José do Rio Preto, São José dos Campos e Ribeirão Preto e em galerias no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Nova Iorque e Cartagena, na Colômbia, e em Genebra, na Suiça. Há, ainda, coletivas como 27º Salão de Artes Anuário Embu das Artes, em 2010, e a exposição “A Nova Escultura Brasileira”, que aconteceu no Rio de Janeiro, em 2012. Ganhadora de prêmio do Itamaraty e de um primeiro prêmio de escultura em Shangai, ambos em 2011, e prêmio em Embu das Artes, em 2010.