Entre Diálogos
No ano de comemoração dos 50 anos da Galeria de Arte Ibeu, a Comissão Cultural faz uma homenagem aos artistas que integram seu acervo. Esta coletiva celebra a história recente da instituição através da exibição de obras dos artistas premiados ao longo da última década no Salão de Arte Novíssimos. Podemos agora rever o trabalho desses artistas e acompanhar o desenvolvimento de suas práticas artísticas e de suas trajetórias por meio do confronto com suas produções recentes.
Diálogo. Esta é a palavra que une, complementa e discute a exposição – os possíveis diálogos que perpassam a produção dos artistas nesta coletiva; que complementam suas proposições e suas poéticas; e que discutem o espaço e a construção/procedimentos de suas obras.
Nas obras dos artistas podemos perceber diálogos que aproximam, por exemplo, as pinturas de Rafael Vicente, com seus arquétipos da construção civil, captados e redimensionados pictoricamente – das contra-imagens de Raul Leal, com seus aspectos urbano e pessoal, obra de pesquisa focada nos procedimentos e na sensibilização através dos recursos do meio da pintura. Conversas entre as gravuras de João Sánchez e as de Iuri Casaes, imersos na sua “cultura vagabunda”, buscando referências na história da arte, nos quadrinhos e tabloides de ficção científica, com sarcasmo e ironia; entre as pinturas/objetos de formas híbridas de Vera Roesler, Rogério Rauber e Luiz Martins, que lidam com a ambiguidade de meios, examinam referências e influências de artistas brasileiros e estrangeiros e as recolocam dentro do universo da história da arte; entre o silêncio vazio das cidades e das arquiteturas frias, que Vera Carminatti envolve e negocia com o fruidor, e o silêncio do operário que constitui parte do processo de formação das cidades, narrado pictoricamente por André Renaud, dono de uma poética que se estabelece entre suportes e objetos apropriados no descarte das urbes; e, ainda, entre a intimidade/indivíduo da “casa/ser” de Andréa Brown, que aponta para uma exploração do entorno, uma aproximação da paisagem e do ser, e a intimidade do “diário traçado” de Ana Luísa Flores, com sua relação do entorno ligado às possibilidades de apropriação de objetos, colagens, impressões de um universo feminino repleto de possibilidades de diálogos com os meios.
Esta coletiva propõe a exibição e divulgação do acervo recente do Ibeu, bem como uma reflexão sobre a relação entre o espaço/tempo das obras e a galeria recém inaugurada, que media esse processo que se encontra, eminentemente, Entre Diálogos.
Humberto Farias
No ano de comemoração dos 50 anos da Galeria de Arte Ibeu, a Comissão Cultural faz uma homenagem aos artistas que integram seu acervo. Esta coletiva celebra a história recente da instituição através da exibição de obras dos artistas premiados ao longo da última década no Salão de Arte Novíssimos. Podemos agora rever o trabalho desses artistas e acompanhar o desenvolvimento de suas práticas artísticas e de suas trajetórias por meio do confronto com suas produções recentes.
Diálogo. Esta é a palavra que une, complementa e discute a exposição – os possíveis diálogos que perpassam a produção dos artistas nesta coletiva; que complementam suas proposições e suas poéticas; e que discutem o espaço e a construção/procedimentos de suas obras.
Nas obras dos artistas podemos perceber diálogos que aproximam, por exemplo, as pinturas de Rafael Vicente, com seus arquétipos da construção civil, captados e redimensionados pictoricamente – das contra-imagens de Raul Leal, com seus aspectos urbano e pessoal, obra de pesquisa focada nos procedimentos e na sensibilização através dos recursos do meio da pintura. Conversas entre as gravuras de João Sánchez e as de Iuri Casaes, imersos na sua “cultura vagabunda”, buscando referências na história da arte, nos quadrinhos e tabloides de ficção científica, com sarcasmo e ironia; entre as pinturas/objetos de formas híbridas de Vera Roesler, Rogério Rauber e Luiz Martins, que lidam com a ambiguidade de meios, examinam referências e influências de artistas brasileiros e estrangeiros e as recolocam dentro do universo da história da arte; entre o silêncio vazio das cidades e das arquiteturas frias, que Vera Carminatti envolve e negocia com o fruidor, e o silêncio do operário que constitui parte do processo de formação das cidades, narrado pictoricamente por André Renaud, dono de uma poética que se estabelece entre suportes e objetos apropriados no descarte das urbes; e, ainda, entre a intimidade/indivíduo da “casa/ser” de Andréa Brown, que aponta para uma exploração do entorno, uma aproximação da paisagem e do ser, e a intimidade do “diário traçado” de Ana Luísa Flores, com sua relação do entorno ligado às possibilidades de apropriação de objetos, colagens, impressões de um universo feminino repleto de possibilidades de diálogos com os meios.
Esta coletiva propõe a exibição e divulgação do acervo recente do Ibeu, bem como uma reflexão sobre a relação entre o espaço/tempo das obras e a galeria recém inaugurada, que media esse processo que se encontra, eminentemente, Entre Diálogos.
Humberto Farias