Lucas Ribeiro | Artista participante do 1º Salão de Artes Visuais Galeria Ibeu Online
Sem título | Série de colagens (2020)
Lucas Ribeiro (@naosejaartista) é formado em design pela Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro. Sua pesquisa artística inicialmente se deu a partir de ressignificações de objetos e ocupações de espaços que sofreram a ausência de seu avô: o artista começou a transformar antigos livros em colagens e seu quarto/escritório em um espaço de abordagem do som através de esculturas e instalações, trazendo seu conhecimento anterior sobre métodos e criações relacionadas a música.
O artista participa do Salão com uma série de colagens analógicas e três esculturas sonoras + registros em vídeo.
Texto do artista sobre as obras: Esta pesquisa se desenvolveu além dos materiais originais e trata de assuntos que perpassam a lei natural dos objetos encontrados. Encaro muitos dos trabalhos sonoros como uma performance dos próprios 'instrumentos', que carecem de um agente direto para sua reprodução, deslocando-se para questões do irreal. Minha investigação com colagem, vejo como uma mitologia inventada, me utilizando de elementos distintos para abordar o sagrado e o eterno em uma arqueologia que diz respeito não só ao processo da técnica colagista, mas também de escavação de uma cultura desconhecida.
Solo para baqueta:Uma baqueta é presa por meio de um fio de nylon ao ventilador original do quarto. A baqueta demonstra um movimento que aparenta certa autonomia e acaso, assumindo, no imaginário, características que se assemelham à criação cultural dos fenômenos Poltergeist. O título “Solo para baqueta” faz referência à nomes de obras de antigos compositores, como por exemplo John Cage, e apresenta um pequeno duplo sentido, referenciando o contato da baqueta com a caixa de bateria que se encontra no chão.
Link para visualização: https://youtu.be/sor_A6CMXJA
O silêncio da fita é som da guitarra: Uma escultura composta a partir de um problema técnico manifestado pelo gravador de fita presente na obra. A função de reprodução das fitas de rolo por esse aparelho já não era mais possível, devido longos anos de uso e desgaste da peça. A passagem da fita por baixo das cordas de guitarra, após acionamento do motor, gera o som elétrico no instrumento que apresenta uma afinação específica para essa obra. O gravador é sustentado por uma cadeira de estética antiga, e esses objetos somados representam um valor de décadas passadas que é trazido para uma dialética de produção sonora e artística contemporânea.
Link para visualização: https://youtu.be/xSWMOaKr_mo
Ponto e espaço: Uma escultura composta por um castiçal encontrado, um móvel que fazia parte da casa de meu avô e um circuito elétrico criado. O circuito elétrico reage a partir de fontes luminosas: quando há luz, não há som. A vela apresenta uma forma orgânica de controlar o som, visto que não permanece constante e varia a posição e tamanho de sua chama. Quando a flama se move, o som para, quando ela volta ao seu estado mais estável, o circuito volta a soar.O som gerado pelo circuito se assemelha à dispositivos de código morse, ao qual meu avô era um grande conhecedor da técnica.A escultura presente no quarto se apresenta em formato similar ao de um ritual, e é identificado como uma forma de comunicação com o próprio quarto, ou, talvez, o espírito de meu avô. A mensagem ainda não foi decodificada.
Link para visualização: https://youtu.be/6f-3k6dBFTI
A história do Instituto Brasil-Estados Unidos - IBEU com as artes visuais iniciou em 1940 com a exposição de águas-fortes do pintor Carlos Oswald, na primeira sede do Ibeu, na Rua México, no Centro do Rio de Janeiro. Em 1960, foi inaugurada a primeira Galeria de Arte do Ibeu no bairro de Copacabana, RJ. Artistas consagrados como Tarsila do Amaral, Cândido Portinari, Iberê Camargo, dentre muito outros, participaram da programação de nossos anos iniciais. Em 2017, no aniversário dos seus 80 anos, o IBEU inaugurou sua nova galeria de arte no bairro do Jardim Botânico, RJ. O IBEU periodicamente publica editais e convocatórias de projetos para exposições individuais e para participação na coletiva “Novíssimos”, único salão de arte contemporânea há décadas em atividade no Rio de Janeiro. O Ibeu tem muito orgulho de sua história!
Galeria de Arte Ibeu - R. Maria Angélica, 168
Jardim Botânico, RJ | Tel: (21) 3239-2863
Funcionamento: 2ª a 5ª, de 13h às 19h; 6ª, de 12h às 18h | galeria@ibeu.org.br