Elementos dos lugares onde já morou influenciam os trabalhos do artista Márcio Diegues, que abre o calendário de exposições da Galeria de Arte Ibeu no dia 3 de março, às 18h30. Morando atualmente no Rio de Janeiro, o mar inspirou a mostra Como sobreviver a um naufrágio, composta de desenhos, objetos tridimensionais, gravuras, um desenho instalativo e livros do próprio artista. Sob curadoria de Cesar Kiraly, a exposição será composta por cerca de 40 trabalhos que, reunidos, partilham a experiência do naufrágio, da ruína e da falência mimética como ponto de fissura visual e conceitual com a realidade.
A mostra é um recorte da produção de Diegues atualmente, com trabalhos que abordam o mar como uma ideia de paisagem, deslocamento, mas que também remete à ideia de afundamento e catástrofe. Os estudos do artista percorrem diferentes representações do mar tradicional na História da Arte e na Ciência, além de abordar questões bélicas, mapas, cartografias e cartas náuticas.
“Uma das coisas importantes na minha produção foi ler uma antologia escrita por um português no século XVII, que é uma coletânea das histórias de naufrágio que acontecem desde o século XV, a partir da ida para as Índias. Nessas histórias, o mais notável eram os afundamentos, como eram violentos e como se perdia uma ideia de planejamento, um objetivo a cumprir.”, explica o artista.
A partir desses relatos, Diegues passa a pensar o naufrágio como uma metáfora visual e conceitual, já que não é apenas o corpo físico que afunda, mas também a ideia de um objetivo que não consegue se concluir. Este conceito inspirou o artista a produzir gravuras, cadernos de desenho e a coletar imagens que tinham a ver com a vivência no Rio de Janeiro, buscando o sentido da representação do mar.
“Não represento a água em si, mas a ideia de que todo objeto afunda em um lugar, em uma dimensão. Isso ajuda a entender que o mar é uma dimensão imaginária e isso me ajuda a desenvolver meus trabalhos. Tem também uma ideia contemporânea de o naufrágio ser uma falência de uma superestrutura, que pode ser um barco ou submarino, mas também um objetivo de vida, algo que foi planejado e não deu certo. A ideia de naufrágio também fala de traumas, desse processo de mergulho em si mesmo.”, conclui.
COMO SOBREVIVER A UM NAUFRÁGIO
Abertura: 3 de março, às 18h30
Visitação: 4 de março a 3 de abril de 2020
Funcionamento: segunda a quinta-feira, das 13h às 19h (às sextas, de 12h às 18h)
Local: Galeria de Arte Ibeu
Endereço: Rua Maria Angélica, 168 - Jardim Botânico
Tel.: 3239-2863
COMO SOBREVIVER A UM NAUFRÁGIO
Abertura: 3 de março, às 18h30
Visitação: 4 de março a 3 de abril de 2020
Funcionamento: segunda a quinta-feira, das 13h às 19h (às sextas, de 12h às 18h)
Local: Galeria de Arte Ibeu
Endereço: Rua Maria Angélica, 168 - Jardim Botânico
Tel.: 3239-2863
SOBRE MÁRCIO DIEGUES
É artista e professor, pesquisa o desenho como fio condutor de suas relações com a paisagem e o espaço, desdobrando-o em gravuras, livros de artista, objetos, instalações, ações de coleta e obras site specific. É graduado em Artes Visuais pela UEL, Londrina (2012) e mestre em Linguagens Visuais pela EBA-UFRJ (2017). Atualmente residindo no Rio de Janeiro, cursa o doutorado e atua como professor assistente de desenho, gravura e pintura na UERJ, e professor de gravura na Univeritas.