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2009 | Fotos Inauguração Raul Leal e Ana Luísa Flores


2009 | Ana Luísa Flores - Diário Traçado


Ana Luísa Flores apresenta a sua 1ª individual, intitulada Diário traçado, composta por 16 desenhos em pequeno formato (16,5 x 24cm) e 4 horizontais (24 x 100cm); 9 litografias e 8 gravuras em metal, todos de 2009. A artista utiliza o papel como suporte em todos os trabalhos, justificando a sua afinidade com o caráter gráfico da produção, onde o desenho é a ferramenta mais adequada: “Os meus referenciais de criação são normalmente objetos recolhidos de acordo com um critério gráfico, selecionados entre todo tipo de referências corriqueiras. Posteriormente, passo a combiná-los e agregá-los ao suporte, em sintaxes espaciais atemporais, gerando assim espaços simultâneos. Procuro promover uma promiscuidade de matéria sígnica, criando novas relações de expressão visual”, diz a artista.

Ivair Reinaldim, crítico de arte e membro da Comissão Cultural do Ibeu, diz no texto de apresentação da exposição de Ana Luísa Flores: “Na presente mostra, Ana Luísa Flores compartilha conosco parte de seus trabalhos produzidos no ano de 2009. Podemos vê-los como páginas de um diário aberto, fragmentado, imagens-impressões da artista em relação a seu entorno e a suas referências, próximas ou distantes; a aparente trivialidade das coisas transformada em potente universo poético. Ao nos aproximarmos desses pequenos formatos, somos atraídos por seu caráter gráfico, pelo dinamismo das linhas, pela justaposição/sobreposição de formas-signos, pela riqueza de detalhes que comportam sem que nos cansemos de suas relações. Nesse processo, vamos pouco a pouco tomando consciência desse diálogo íntimo da artista com a multiplicidade de imagens que cria e/ou se apropria. Diário traçado, pois traço é marca sobre o papel (ou matriz), registro de uma eleição estética, trajeto para o olhar de quem observa (seja o cotidiano ou a obra). A artista nos fala da urgência em transformar o dado sensível em traço; nós, da necessidade de imersão demorada na intimidade desse diário compartilhado”.

Ana Luísa Flores tem 26 anos, é natural de Volta Redonda e é aluna de Gravura da Escola de Belas Artes da UFRJ. Este ano ficou em 2º lugar no Prêmio EDP Energias na Arte, promovido pelo Instituto Tomie Ohtake (São Paulo), ganhando uma viagem-prêmio para Nova York, pelo programa Dynamic Encounters.

ANA LUÍSA FLORES diário traçado / Abertura: 26 de novembro de 2009 (quinta-feira), às 20h / Exposição: de 27 de novembro a 18 de dezembro de 2009 / Horário de visitação: de segunda a sexta-feira, das 13h às 19h

2009 | Raul Leal - Contraimagem


Raul Leal apresenta a individual Contraimagem, composta por cinco pinturas (acrílica s/ tela), de grandes dimensões, produzidas em 2009, cujos trabalhos remetem à paisagem que se vê da janela da Galeria de Arte IBEU.

Segundo Raul Leal: “O processo que me interessa é a produção de imagens, especificamente a pintura a partir de uma referência fotográfica, obtida através da fotografia digital manipulada. Uma imagem virtual que ao invés de ser impressa mecanicamente é transformada em imagem real através da pintura. Trabalho com fotografias próprias, são momentos prosaicos do cotidiano urbano escolhidos aleatoriamente. A imagem é então reduzida a uma configuração mais básica por um processo de subtração de elementos. O processo de pintura é feito com diversas camadas de tinta criando uma luminosidade suave e uma profundidade rasa. Os elementos figurativos são colocados à frente desse fundo contrapondo o caráter de perspectiva da foto original com a planaridade da pintura”.

No texto de apresentação da exposição de Raul Leal, Humberto Farias, crítico de arte e membro da Comissão Cultural do Ibeu, diz: “... Raul Leal humaniza sua obra por intermédio da pintura e sai do mecanismo de captação para o de sensibilização: retira a personalidade das pessoas fotografadas e, no lugar, imprime a sua através do gesto do desenho, dos elementos da linguagem pictórica e de sua interpretação dos vários ambientes urbanos – assim, sua investigação está alicerçada fundamentalmente no diálogo entre os meios da fotografia e da pintura. Para esta exposição na Galeria de Arte IBEU, Raul propõe uma expansão do espaço expositivo, desenvolvendo suas pinturas a partir da apreensão do ambiente urbano que envolve a galeria. De forma sutil, o artista propõe ao fruidor uma relação de experimentação que se desloca do campo externo para o interno, do urbano para o pessoal”.

Raul Leal é natural de Miracema-RJ e radicado no Rio de Janeiro. Este ano já participou de duas coletivas e uma individual, além de ter dois dos seus trabalhos adquiridos por Gilberto Chateaubriand.

RAUL LEAL Contraimagem / Abertura: 26 de novembro de 2009 (quinta-feira), às 20h / Exposição: de 27 de novembro a 18 de dezembro de 2009 / Horário de visitação: de segunda a sexta-feira, das 13h às 19h

2009 | Montagem Raul Leal e Ana Luísa Flores

GALERIA DE ARTE IBEU apresenta individuais de
ANA LUÍSA FLORES e RAUL LEAL
Artistas foram os premiados da coletiva “Novíssimos 2008”

Abertura: 26 de novembro de 2009 (quinta-feira), às 20h
Exposição: 27 de novembro a 18 de dezembro,
de segunda a sexta, de 13h às 19h

2009 | Entrevista Cristina Bahiense

Cristina Bahiense e Ivair Reinaldim


Galeria de Arte Ibeu Entrevista: Cristina Bahiense
Por: Ivair Reinaldim (crítico de arte e membro da Comissão Cultural do Ibeu)

1. Quais suas referências na arte? Com quais outros artistas você procura dialogar?
Hoje o campo das artes plásticas está muito ampliado; procuro ir a galerias e museus buscando ver o que há de melhor na arte contemporânea. Faço também alguns cursos teóricos que acho importante como fonte de informação e conhecimento. Me interesso por todos aqueles artistas que buscam dialogar com o espaço real, explorando e ocupando este espaço muitas vezes através da tridimensionalidade.

2. Como foi participar de Novíssimos, em 2007? O que isso acarretou para sua formação como artista?
Foi muito importante não só pela visibilidade que essa exposição Novíssimos permite no meio da arte hoje, como também pelas oportunidades que se abrem para futuras exposições, como é meu caso na exposição individual "Percursos" na Galeria de Arte Ibeu, em 2009.

3. Como você vê a recepção de seu trabalho pelo meio de arte? Sua exposição Percursos tem recebido muitos comentários?
Vejo que estou no caminho certo; recebi sim alguns bons comentários que só me incentivam a continuar a trabalhar no campo das artes plásticas.

4. É no intercâmbio entre desenho e colagem que o sentido de construção fica mais perceptível nos trabalhos expostos. Você poderia falar um pouco mais sobre seu processo criativo? De que modo desenho e colagem extrapolam a dimensão técnica para tornarem-se "procedimentos reflexivos"?
O desenho funciona como um projeto onde o pensamento plástico se estrutura; nas colagens o que mais acontece é a execução desse pensamento, porém, sempre aberto para novas descobertas. No meu caso os materiais industriais que uso, como telas plásticas, tecidos, folhas transparentes em acrílico, etc, dialogam com meu processo criativo, muitas vezes sugerindo caminhos a se tomar.

5. Como se deu a inserção de materiais de construção, bricolagem e decoração em sua poética?
Há alguns anos venho realizando uma grande pesquisa com diversos materiais. Através dessa pesquisa pude experimentar estes materiais em suportes diferentes, como papel, MDF e acrílico. Assim ,neste processo de investigação, experimentação e busca, fui construindo esse trabalho que hoje se apresenta nessa exposição Percursos.

6. A sombra projetada parece ser um elemento de grande importância em alguns trabalhos expostos. Esse é um dado que já está inserido no processo de criação ou uma preocupação que aparece após a formalização da obra?
A sombra aparecia no meu pensamento como uma variável a ser explorada na construção desses trabalhos. Depois de finalizados alguns dos trabalhos (como o tríptico, o díptico e a colagem "Duplo", na caixa de acrílico), a sombra passou a ser sim um dado importante a ser valorizada como parte integrante dessas obras.

7. Seus trabalhos mais recentes são objetos tridimensionais, que ainda guardam alguma relação poética com as pinturas anteriores. Você intui quais as direções futuras que possivelmente seu trabalho irá tomar?
Não posso afirmar com certeza quais as direções futuras, mas possivelmente continuarei trabalhando com acrílico, explorando tridimensionalidade, transparências e materiais diversos. Sinto que pesquisa e experimentação vão continuar fortes no meu processo criativo.